5º Congresso dos Jornalistas
O 5.º Congresso dos Jornalistas, realizado em Lisboa entre 18 e 21 de janeiro de 2024, teve como tema "Jornalismo, Sempre", evento organizado pelo Sindicato dos Jornalistas, Casa da Imprensa e Clube dos Jornalistas.
Este foi o congresso do “toca a reunir” e os números finais provam isso mesmo, com mais de 700 inscritos. Se do 3º para o 4º congresso dos jornalistas decorreram 18 anos, desta vez, e face à emergência do momento atual bastaram “apenas” 7 anos para que a classe se reunisse de novo, para debater os diversos desafios pelos quais a profissão passa. Será que o próximo congresso irá decorrer daqui a 4 a 5 anos?
Sendo esta a minha página web pessoal e não um meio de comunicação social, pouco sentido faria vir aqui apresentar um artigo detalhado e exaustivo acerca deste congresso, mas o meu envolvimento de muitos anos no jornalismo e a minha participação neste congresso – vou deixar para o final este aspeto - levaram-me a refletir um pouco acerca do mesmo.
O congresso abordou muitos temas relacionados com o jornalismo, incluindo a ética, a deontologia, a precariedade, a censura, o jornalismo de proximidade, o financiamento do jornalismo de qualidade, as novas fronteiras do jornalismo e a formação, entre muitos outros temas.
Entre os mais discutidos estiveram a necessidade de reforçar a ética e a deontologia do jornalismo, o combate à censura e à desinformação, a importância do jornalismo de proximidade, a necessidade de encontrar novos modelos de financiamento para o jornalismo de qualidade, bem como a luta contra a precariedade laboral dos jornalistas. Tudo isto com o fito de, todos juntos, encontrarmos uma saída para a situação atual.
O tema da precariedade, ficou marcado de forma evidente pela crise no Global Media Group, detentor de marcas tão importantes como o JN, o DN e a TSF, entre outros meios.
Não poderia deixar de incluir nesta minha reflexão uma das iniciativas, incluída no programa pré-congresso, Portugal Livre 1974-2024: Uma viagem entre o passado e o futuro, com curadoria do fotojornalista Mário Cruz, e que está patente na Praça dos Restauradores, em Lisboa, até 15 de Fevereiro. Passem por lá que vale a pena.
De entre o muito que se discutiu neste congresso, e foi muito, destaco as discussões à volta do um dos temas do momento, a inteligência artificial, o ensino, a ética e os desafios futuros e presentes da classe. Obviamente que não poderia deixar de mencionar ainda a resolução final do congresso com destaque natural para, conforme palavras do Presidente da Comissão Organizadora deste 5º Congresso, Pedro Coelho, “a bomba atómica” da greve geral da classe, votada por unanimidade.
Mas porque se trata também da “minha casa” não posso deixar de mencionar uma notícia, que marcou o congresso, o da nomeação do novo diretor do Cenjor, Miguel Crespo. Numa nota muito pessoal, até que enfim.
E se tiveram curiosidade e paciência para ler este artigo de blogue até aqui já perceberam que todas as ligações aqui incluídas remetem para a página web do congresso dos jornalistas, na sua secção de notícias, alimentada por uma redação multiplataforma, naquela que, na minha opinião, é uma das mais importantes ações que decorrem “dentro” do congresso, a redação. Esta foi constituída por 110 alunos de 21 instituições de ensino de comunicação social e de jornalismo, em Portugal.
Tive o enorme privilégio de já ter participado, como coeditor de fotografia, no anterior congresso, o 4ª, e voltei a repetir a dose neste 5º Congresso, na qual tive mais uma vez a oportunidade de trabalhar com este grupo de alunos, em fotografia e vídeo, com a ajuda mais que preciosa do Reinaldo Rodrigues, meu amigo e colega no Cenjor, e da Joana Palminha, da UALG. Foram 4 dias intensos, cheios de adrenalina, sangue, suor e lágrimas – sim, houve de tudo.
A esmagadora maioria dos artigos incluídos aqui e na secção de notícias, já referida anteriormente, foram escritos por eles, sonorizados por eles, fotografados por eles, filmados por eles, editados por eles, sob supervisão dos professores e formadores das respetivas instituições de ensino. Em suma, uma verdadeira redação plural, democrática e profissional.
Para além do que vê aqui, foram ainda alimentadas 4 redes sociais e ainda a estrela desta redação, uma emissão de rádio, 24 sobre 24 horas, com inúmeras reportagens e entrevistas. Tudo isto foi produzido por eles.
Tivemos a oportunidade de ter, na redação, a visita de ilustres convidados, entre os quais destaco o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e o Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, que por uma feliz coincidência, enquanto visitava a “ilha da multimédia”, assistiu ao processo de edição das suas imagens e colocação “em linha” das mesmas.
Mas não queria terminar esta publicação sem deixar alguns agradecimentos, muito particulares e mais que merecidos. Desde logo aos 4 coordenadores da redação, ao Francisco Sena Santos, da ESCS, ao Luís Bonixe, do IPT, à Ana Pinto Martinho, do ISCTE e Cenjor e ao Miguel van-der Kellen, da UA.
Fica aqui a lista oficial de todos os que tornaram possível este congresso. Obrigado a todos.
Ainda ao Joaquim Vicente e a todos os meus colegas no Cenjor, sem os quais esta redação seria bem mais difícil de manter, bem como à Leonor Riso, reforço de última hora mas muito bem-vinda a esta equipa.
Até ao 6º congresso, camaradas. Jornalismo, Sempre.